Onde tem fumaça...
De tudo. Mas de tudo mesmo. Comigo não há o que não possa acontecer. Ratifico isso a cada dia quando bizarrices de todas as cores e tamanhos me acometem.
Uma das histórias mais famosas e que nomeou minha “tendência a vivenciar coisas diversas”, digamos assim, é a do sorvete com fumaça.
Eu e uma amiga em um ônibus que saía do Parque Dom Pedro para São Bernardo em um dia quente. O vendedor de picolés adentra vendendo sorvetes genéricos, aqueles de 50 centavos, sabe? Eu faço cara de “não sei não” ao olhar para isopor – admito, não sou fresca pra nada nessa vida (não, não sou!) mas pra comer...
A amiga não pensa duas vezes, já está se divertindo com o sorvete dela enquanto eu não consigo nem me livrar da embalagem grudada no meu e que soltava tinta. O picolé de coco a esta altura já era de coco verde, cor da embalagem. Quando enfim consigo abrir, sai um monte, um monte de fumaça do raio do sorvete, ultra congelado. “Ahhh, no meu sorvete tem fumaça”, eu caí na besteira de dizer.
Pronto. Foi o suficiente para que “fumaça” fosse eleita a palavra para os comentários sobre tudo de louco que acontece comigo “Pô Rê, mas que fumaça hein!!”. Só eu sei o quanto eu ouço isso.
Dia desses a mesma amiga do ônibus me convida para comer um bolo de chocolate na casa dela. Chego lá e quando entro, tinha fumaça por toda a casa! O bolo tinha crescido demais, derramado no forno, uma fumaceira danada... parecia piada pronta!
Mas antes fosse só com comida meu repertório. Um rapaz que estava em liberdade condicional bateu no meu carro às duas da manhã, chovia e eu estava sozinha. Eu não recebi nada pelo prejuízo e não pude ir até a Delegacia para fazer um BO por motivos óbvios.
As namoradas e ex-namoradas de atuais ou de ex-namorados sempre descobrem meu número e me ligam em algum momento. Para ouvirem minha voz, para me xingarem, para me convidar para festas (juro!), para pedir para que eu deixe ele em paz.
Sobre relacionamentos não vou nem dizer nada porque todo mundo tem uma história triste pra contar. Mas olha, eu já fui pedida em casamento por um cara maluco que era meu chefe, 25 anos mais velho e já casado. E já aceitei um outro pedido de casamento que foi retirado logo em seguida.
Uma vez a alça do meu sutiã quebrou minutos antes de uma entrevista de emprego.
Já torci o joelho andando no parque na mesma semana em que fui demitida após ter trocado de emprego há menos de um mês.
Casamento de uma amiga, um calor infeliz, minha pressão baixou em pleno altar e eu, madrinha, só não desmaiei porque Deus não permitiu que uma quantidade exagerada de fumaça entrasse em Sua casa.
Se eu fosse roteirista de “Minha nada mole vida” não faltaria assunto para umas quinze temporadas.
Bom, tudo isso foi só para dizer aos meus amigos preocupados e queridos que assumo minha porção chaminé, mas que no momento começo a enxergar tudo mais claramente. Sim, bonitos... acho que enfim a fumaça está baixando.
5 Comentários:
Às 12:30 AM , Anônimo disse...
Adorei o texto ... só esqueceu do rodopio com o carro no meio da avenida ... que fumaça em flôr !?!kkkkk
Às 5:06 PM , Anônimo disse...
Alguma coisa a ver com tóxicos este negócio de fumaça??????
Às 1:48 AM , Anônimo disse...
Ta vendo o preconceito, neguinha da comunidade carente falando de fumaça, as pessoas ja acham q ta falando de drogas...rsrs
Às 5:44 PM , Anônimo disse...
Nem me fala em fumaças.
Às 5:41 PM , Anônimo disse...
Nossa de Fumaça eu entendo .... Só tenho amigos fumaças.....
bjs Re
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